Jung foi psiquiatra e um teórico da psicologia, nascido na Suíça, em meados de 1875, de sensibilidade e olhar muito amplo, transitou por riquezas humanas como os contos clássicos, histórias mitológicas, que foram consideradas pela psicologia junguiana, como histórias arquetípicas. Esse estudioso da alma humana foi buscar inspirações para compreender as profundezas da psique na alquimia, em contos e mitos, histórias milenares que revelam temas universais e humanos que vão permitindo identificações e uma trajetória de auto conhecimento. Jung revela que o que interessa à psicologia é o conteúdo simbólico do “trabalho alquímico”, “A meta seria transformá-lo no novo homem, que corresponderia ao ouro”. 

O “trabalho alquímico” corresponde ao processo de individuação, que se manifesta genuinamente em cada ser, na busca de realizar plenamente potencialidades inatas. “Temos na profundidade de nossos seres, reservas que se extraídas nos tornarão mais capazes” Segundo Jung, nessas camadas mais profundas de nossos seres, guardamos conteúdos comuns ao humano, comuns ao nosso grupo étnico e ao grupo familiar. Portanto um ser carrega em suas memórias muitos fatos e acontecimentos, principalmente no que diz respeito à atmosfera afetivo e emocional, incluindo a história de antepassados. 

Eu, na minha trajetória de formação profissional também tomo como referência teórica a abordagem sistêmica, que revela como cada ser carrega a presença de tantos outros, de gerações anteriores, que deixaram marcas profundas e bem significativas, que vão se manifestando no decorrer da vida. Nessa jornada interior o profissional de saúde mental oferece um espaço de cuidado, respeito e confiança à pessoa em suas particularidades, impasses, conflitos, dores, para que numa atmosfera de empatia e acolhimento possa estar consigo mesmo, buscando aceitação e movimentos de discernimento e transformações.